O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) é um partido político que governa o respectivo país desde sua independência. O partido tem sua origem da união de vários movimentos anti-coloniais, que passaram a lutar de forma armada contra a colonização sofrida de Portugal.
Nesse contexto, Pepetela iniciou o desenvolvimento de seu romance enquanto atuava como guerrilheiro do MPLA e escolheu a floresta do Mayombe como palco de sua narrativa e conflitos.
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Além da forma fluida e imersiva de sua narrativa, o diferencial do romance é que o autor faz o uso de vários personagens narradores, além do narrador onisciente.
Devido ao fato do MPLA ser uma união de movimentos distintos, era integrado por indivíduos pertencentes a tribos, etnias e tradições diversas. Assim Pepetela, ao adotar essa multiplicidade de narradores, nos traz um leque complexo de anseios, desejos, reflexões e conflitos que um movimento tão heterogêneo pode proporcionar.
E é no misto do individual e do coletivo que estes sentimentos são guardados ou compartilhados, daí desembocando em várias ações e resultados que nos fazem pensar no contexto brasileiro durante quase o livro todo.
Cheio de diálogos, introspecção, tiros e bombas, Mayombe é uma ótima obra para transmitir a mensagem de que, onde exista um objetivo comum, algumas diferenças podem conviver.
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Pepetela
Mayombe, 1980
2ª Edição
São Paulo, LeYa, 2018
9788544107140
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