Mesmo se tratando dos povos originários do lugar onde hoje é o Brasil, muito pouco nos é passado sobre a cultura e literatura indígena.
E mesmo assim, o que nos ensinam é raso e dotado de vários preconceitos, seja na forma de vida indígena, ou mesmo dos locais onde estes vivem.
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Márcia Wayna Kambeba é indígena do povo Omágua/Kambeba, aquele que nasceu a partir da gota d’água que caiu na samaumeira e seguiu seu destino de ser o sopro da vida deste povo.
Em Ay Kakyri Tama – Eu Moro na Cidade, a autora vem informar, através de poemas, que seu povo ainda está presente e pretende resistir por muito mais tempo, seja na aldeia Tururucari-Uka, seja em Belém do Pará.
Vestidos de suas próprias roupas, pintados de urucum e jenipapo, os Omágua/Kambeba levantam suas vozes após longo tempo no silêncio de suas flechas.
Tal silêncio virou arma, tanto para escutar a Natureza, como aos mais velhos, detentores e responsáveis pela transmissão da cultura de seu povo.
Neste livro de poemas é tratado a ancestralidade indígena, assim como sua relação com a terra, as plantas, os animais e a ameaça do homem branco, conquistador e dominador do que vê.
Através da memória, a autora mantém a sua identidade de indígena; pertencente a um povo guerreiro, que luta para defender seu ser e sua terra.
Por esta terra, dotada de toda força da Natureza, os povos indígenas são convocados para uma união em torno de suas lutas em prol da mútua convivência.
Seja na floresta ou na cidade, Márcia Wayna Kambeba transmite sua identidade para que a floresta e o rio sejam protegidos e sua cultura permaneça frente a qualquer adversidade.
E é através deste livro de poemas que a autora “tece o fio do respeito e da afirmacão, mantendo seu ser indígena e falando da importância de seu povo, mesmo vivendo na cidade”.
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Márcia Wayna Kambeba
Ay Kakyri Tama – Eu Moro na Cidade
2ª Edição
São Paulo, Pólen
2018
9788598349633
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📸 Fundo: Babak Fakhamzadeh – “Belém” – Licença Creative Commons 2.0 – -https://www.flickr.com/photos/mastababa/23976899034/in/photostream/