GLAC

Perante o Supremo Tribunal do Reino das Sombras apresenta-se Luculus Brasilis, o general civilizador, que precisa prestar contas da sua exist?ncia na terra para saber se ? digno de adentrar no Reino dos Bem-Aventurados. Sob a presid?ncia do juiz dos Mortos, cinco jurados participam do julgamento: um professor, uma peixeira, um coveiro, uma ama de leite e um n?o-nascido. Est?o sentados em cadeiras altas, sem m?os para segurar nem bocas para comer, e os olhos h? muito apagados. Incorrupt?veis. Livremente inspirado na dramaturgia de “O Julgamento de Luculus”, de Bertolt Brecht, Dione Carlos, em colabora??o com o diretor da pe?a Eug?nio Lima e com o coletivo respons?vel pelas interven??es dramat?rgicas Leg?tima Defesa, une classe, ra?a, g?nero e o legado colonial destas constru??es sociais. O texto se divide em tr?s tempos n?o lineares: o ‘tempo dos vivos’, o ‘tempo dos mortos’ e o ‘tempo dos n?o nascidos’. Um modo de produ??o de oferenda na esquina do futuro, como diz o diretor Eug?nio Lima. Durante a pesquisa, o coletivo Leg?tima Defesa se debru?ou sobre aquilo que come?ou como uma provoca??o: “E se Brecht fosse Negro?”. Qual seria o lugar ocupado pela ra?a? Sua obra seria lida em uma perspectiva interseccional? Seria poss?vel construir um espet?culo sobre uma perspectiva afro brasileira diasp?rica da obra e dos procedimentos de Brecht?